Licença Maternidade

Licença Maternidade: Céu ou Inferno?

de Rafaella Lopes

Antes mesmo do meu filho nascer, eu conversava com o meu marido sobre se pediríamos para nossas mães se revezarem em casa e nos ajudarem durante esses primeiros meses. Discutíamos se valeria a pena, se não seria muito invasivo tê-las por perto, se perderíamos nossa liberdade, se interfeririam muito na nossa forma de cuidar e criar, e mais um milhão de outras perguntas e ponderações. Ao final, havíamos combinado que começaríamos tentando nós mesmos, e que se ficasse muito difícil nós pediríamos a ajuda delas.

Licença Maternidade

 

Mas conforme relatado no post anterior, as coisas não saíram bem como planejamos, então minha mãe veio direto do hospital para nossa casa, e juntos com as demais pessoas da família citadas passaram a se revezar nos cuidados a mim e ao nosso filho.

Após 2 semanas, eu tirei a sonda, e então finalmente pude me dedicar a tão sonhada maternidade, porém neste mesmo período, meu marido voltou a trabalhar e eu não me sentia segura para ficar sozinha com o Fabio. Já que até aquele momento, como fiquei de cama, não havia trocado fralda, nem colocado dormir no berço, nem dado banho, nada assim…. então pedi para minha mãe ficar comigo e obviamente que ela não hesitou por um segundo em me ajudar. Minha sogra também sempre esteve presente, afinal era seu primeiro neto e ela estava animadíssima com a oportunidade de poder ajudar a cuidar do neto.

Foi importantíssimo a ajuda delas e ir ganhando confiança em como cuidar de um bebê tão frágil. Outro fator fundamental em todo esse processo, foi o fato do meu marido ter sido muito aberto a ideia de ter minha mãe conosco e ter entendido que aquilo era muito importante para mim naquele momento. Eles sempre se deram muito bem, mas de novo, a ideia inicial não era ter ninguém por perto, mas ele teve sensibilidade de entender a situação e por isso, não precisei ficar dividida entre ele e minha mãe.

Esse foi um outro aprendizado enorme que eu tive durante esse período. Para este momento da licença maternidade ser gostoso é imprescindível que você tenha paz, pois a nova rotina já é tão caótica, que se você não tiver minimamente tranquilidade no convívio com o entorno fica impossível aproveitar.

É muito particular de cada casal decidir como prefere passar por esse período intensivo de adaptação e aprendizado. Não existe jeito certo ou errado, você deve ter liberdade para escolher e eventualmente rever sua decisão conforme a situação exigir.

Tem muita gente que acha que ter os pais por perto ajudando é sinal de fraqueza ou incompetência e isso não tem absolutamente nada a ver. Por outro lado, existem casais mais práticos e mais reservados, que preferem passar por esses momentos sozinhos, e também não existe absolutamente nada de errado com isso. Enfim, o importante é criar um esquema que te permita estar em paz.

Resumo da lição aprendida neste segundo post: discuta com seu parceiro a forma como preferem passar por esse período de adaptação. Não existe regra e nem jeito certo, o importante é ser feliz e garantir que esse momento, apesar de difícil e imprevisível, seja positivo e uma experiência prazerosa ao ser lembrada.

E você? Qual foi o esquema que melhor funcionou para você neste período? Que aprendizados ou sugestões você tem para quem está decidindo?

 

Rafaella Lopes

Rafaella Lopes, paulistana, administradora formada pela ESPM, com MBA em programa de Liderança pela BSP e Pós Graduada em Coaching pela Fielding University na California. Casada há 12 anos com o Samuel e mãe do Fabio de 7 anos (o menino mais feliz e amoroso que eu conheço!). Atualmente sou Diretora de Recursos Humanos da Medtronic no Brasil e amo cuidar de gente! Outra grande paixão que tenho é o trabalho voluntário. Faço parte de um grupo chamado Guardiões da Esperança que apoia moradores de rua, crianças carentes, idosos e animais abandonados. O trabalho voluntário me ajudou a ser profundamente grata por todas as bençãos que eu recebo, ressignificou a minha vida e me tornou menos egoista. Adoro pensar que através das ações que fazemos conseguimos devolver esperança para as pessoas mais vulneráveis. Meu propósito é entender mais profundamente os seres humanos, suas motivações e assim, ajudar as pessoas a serem cada dia mais felizes. Quero agradecer imensamente à minha grande amiga Lu, pelo privilégio de poder fazer parte deste grande projeto e ter a oportunidade de contribuir com as mães e mulheres que enfrentam ou enfrentarão essa jornada incrível da maternindade! Espero que meus dilemas e aprendizados possam contribuir com algumas reflexões e que possam trazer para todas vocês um pouco de paz e plenitude em suas vidas.

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