Muita gente me pergunta sobre o futuro do trabalho. Há muita especulação de como pode ser, mas a real é que o futuro quem constrói somos nós e a gente só consegue fazer isso, a partir das ações que tomamos hoje, ou seja, no presente. Com a expectativa de vida da população aumentando cada vez mais, é natural que tanto eu quanto você, ou qualquer outra pessoa, viva uma ou várias mudanças na vida profissional.
Aliás, essa questão de carreira linear já é um conceito que nem existe mais, portanto, eu espero que este artigo te ajude a se preparar para estas mudanças.
Há alguns meses eu assisti uma palestra com o Joseph Teperman, escritor do livro Anticarreira, onde ele fala justamente de ser um profissional preparado para o futuro, sem medo de transições.
E se você está se perguntando: “mas Lú, a tendência para o futuro do trabalho é ficar mudando de emprego?”
A minha resposta é não. Só quero que você se sinta preparada para não ter medo do novo e para assumir as rédeas da sua vida profissional se é que você já não está fazendo isso. O mercado pode mudar, como você também pode. Afinal, coisas que faziam sentido podem não fazer mais e eventualmente, mesmo encontrando a carreira dos sonhos, podemos ter essa vontade de mudar.
Por isso hoje, nós vamos falar um pouco sobre transição de carreira, como fazer isso da melhor forma e tudo o que envolve esse assunto. Espero que você continue comigo até o final. Vamos lá?
As Intensidades de uma Transição de Carreira
Existem diferentes intensidades de transição de carreira, sabia? Veja abaixo e tente identificar em qual delas se encaixa melhor com o seu momento atual:
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45º
Neste tipo de transição as mudanças são na forma como você posiciona a sua carreira para se colocar na direção que deseja.
Por exemplo: quando comecei a atender como coach de carreira, estive focada inicialmente em carreira para mulheres que queriam fazer uma transição de carreira para o empreendedorismo. Logo em seguida, fiz uma pequena transição e ampliei para mulheres que queriam continuar no ambiente corporativo, mas não só que queriam fazer uma transição de carreira. Passei a atender também executivas e empreendedoras em busca de aceleração de carreira ou ainda mulheres que se sentiam perdidas e não sabiam por onde começar. E neste momento, estou fazendo mais uma pequena transição me posicionando também como a pessoa que pode contribuir com o desenvolvimento profissional dentro das organizações.
Apesar de serem públicos diferentes sob um ponto de vista, o formato do trabalho que eu ofereço (worshops, palestras e mentorias), é o mesmo, assim como o conteúdo já que pessoa física ou jurídica, estamos falando de pessoas. Conseguiu fazer alguma associação para a sua realidade?
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90º
Nesta transição, você mantém a sua profissão, mas faz uma mudança parcial na sua atuação. Por exemplo: você atendia o departamento de MKT e passa a atender a área comercial. Ou ainda, você trabalhava até então para empresas da área da saúde e passa a trabalhar com a indústria automotiva. Ou ainda, você tinha um negócio direcionado para pessoa física e decide trabalhar como B2B. Ou seja, o modelo de trabalho continua o mesmo, mas a mudança impacta a forma como você trabalha.
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180º
Aqui, estamos falando de mudanças que já impactam o seu estilo de vida. Nesse caso, você pode até continuar na sua área de atuação/ formação, mas terá uma mudança maior na forma como você trabalha, por exemplo uma transição do empreendedorismo para o corporativo ou vice-versa.
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360º
Por fim, temos uma mudança geral. Nesse caso, você muda de área, de modelo de trabalho e em alguns casos, até mesmo de formação. Eu fiz esse formato duas vezes na minha vida. A primeira, foi quando mudei para o exterior e a segunda, foi quando saí do corporativo e fui para o empreendedorismo. Saí de gerente de projetos na área financeira de um banco e fui empreender dentro do desenvolvimento humano. A mudança exigiu inclusive, novos cursos e formações.
O ponto-chave aqui é: ter consciência de em que momento de carreira você está e desenhar um bom plano de carreira para que a transição aconteça de forma mais leve e para que traga os resultados que você deseja.
E qual a importância de entender sobre esses modelos de Transição de Carreira?
Eu gosto muito de falar sobre isso, pois a mudança de carreira pode vir acompanhada de um sonho ou um desejo mais forte de querer atuar de maneira diferente. No entanto, o que eu não quero é que você faça essa transição porque está no modo reativo, ou seja, você não aguenta mais o que está fazendo, quer jogar tudo para os ares, mudar completamente e agarrar a primeira oportunidade que aparecer.
Acredite, já aconteceu isso comigo e já vi acontecer com várias pessoas e não foi bom.
E a razão é que ao agarrar uma oportunidade que aparentemente pareça melhor que o que você está vivendo no momento, pode te colocar num lugar de maior frustração.
E mais uma vez você vai querer mudar, já que você não estará feliz. As pessoas que estão do lado de fora virão com aquele olhar de julgamento: “nossa, ela não para em lugar nenhum”. Por isso que eu falo tanto da importância de planejar a sua transição de carreira.
Elementos necessários na Transição de Carreira:
- Autoconhecimento: ter clareza do que você quer e do que não quer;
- Mapeamento de como é o trabalho dos sonhos: realizar mesmo a estrutura daquilo que você quer para a sua carreira.
- Autenticidade: algumas pessoas até acham estranho quando eu coloco autenticidade dentro de um plano de transição de carreira, contudo, não tem como você se realizar profissionalmente se isso não está vindo de dentro, ou seja, o seu plano de realização profissional precisa ser o que de fato você quer para a sua vida e as expectativas que tem para a sua carreira, não o que os outros acreditam que você deveria querer.
- Antifrágil: preste muita atenção, quando eu digo antifrágil, estou falando no sentido de você encarar as adversidades e sair delas muito mais fortalecida. Assim, isso implica em inteligência emocional, aprendizagem continuada e coragem para viver o que você acredita.
Se você precisa de um rumo, este artigo vai te ajudar com isso:
O QUE FAZER QUANDO VOCÊ NÃO SABE O QUE FAZER?
Medo x Imprudência x Coragem na Transição de Carreira
Na transição de carreira, é muito importante que eu aborde esse conceito, pois o medo é um sentimento natural e é algo bom, que te protege. O medo só será algo ruim se ele te paralisar.
“Vai lá, se joga, vai com medo mesmo!” Quem nunca ouviu isso? Há quem confunda fazer algo apesar do medo com ser imprudente, assumindo riscos impensados e desnecessários. Nós queremos sim que você se coloque em movimento e faça a sua transição de carreira com planejamento, apesar do medo que o novo pode causar, mas nunca de forma imprudente, sem considerar as consequências das suas ações.
Já a coragem é quando você olha para os seus medos e os endereça, avaliando, olhando as possibilidades, entendendo os riscos e tomando as decisões certas.
Quando você toma uma decisão cuidada, planejada e estruturada, você consegue tomar boas decisões. Então fica ligada nessa sequência que vou te dizer o que você precisa para não deixar o medo te paralisar e para não agir de forma impudente.
Como realizar um bom plano de Transição de Carreira
Na verdade, eu gosto de falar sobre Plano Estratégico de Realização Profissional, pois o plano é o caminho, já a estratégia é a intenção. Então, quando você sabe onde quer chegar e qual é o caminho que você vai trilhar, você passa a fazer escolhas de forma mais focada e disciplinada.
O autor Joseph Teperman apresentou o conceito de anticarreira para o mundo do trabalho. Carreira, segundo o dicionário é um caminho estreito, como entrar em uma empresa e ‘fazer carreira” como se dizia antigamente. É algo linear, estável. O mercado de trabalho hoje é completamente diferente. Podemos ter diferentes formações e profissões ao longo da vida.
Um bom plano de carreira é uma construção que irá evoluir à medida que as coisas acontecem na sua vida. Você muda, a vida muda e portanto, faz parte mudar!
Por isso, é preciso que você:
- Estabeleça metas: esse é um compromisso com a sua versão futura;
- Estude profissionais que chegaram aonde você deseja chegar: estude a jornada destas pessoas e provavelmente você perceberá que também foi uma jornada de altos e baixos. O que você pode aprender com eles?
- Faça o planejamento financeiro: calcule quanto você precisará de reserva financeira para passar pela transição sem o famoso e indesejado “perrengue”;
- Organize o seu tempo: como será a sua nova rotina? Que ajustes você precisa fazer para executar o seu plano de carreira?
- Trabalhe o seu network: quem são as pessoas que poderão te ajudar nesta caminhada em direção ao seu objetivo profissional?
- Aprenda storytelling: aprenda a fazer uma narrativa da sua vida profissional e suas conquistas, alinhada com as suas expectativas profissionais.
E você pode estar se perguntando: “Mas, Lú, como eu faço tudo isso?” Não consigo abordar com profundidade cada um destes itens em um único artigo, por isso, te convido a mergulhar fundo nos conteúdos aqui do blog e das minhas redes sociais, onde que eu compartilho quase todos os dias o passo a passo do que você precisa para se mover em direção à sua realização profissional.
Como você viu, fazer uma transição de carreira exige autoconhecimento, planejamento e movimento. E se você chegou até aqui, significa que está no caminho certo!
Seguimos juntas!!
Com carinho, Lú.
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