Empoderamento na sua carreira nos Estados Unidos foi o tema do último artigo que eu escrevi para a Linha Aberta Magazine. Mas afinal, empoderamento é importante em uma carreira internacional?
Espero que você não tenha se cansado de ouvir essa palavra, ‘empoderamento’. Eu sei que ela tem sido muito utilizada aos quatro cantos, mas depois de mais de uma década nos Estados Unidos e os últimos anos como leadership coach com foco em alta performance, eu digo que se empoderar das suas forças é fundamental para o seu sucesso profissional. É o que diferencia aqueles que chegam e sobrevivem, daqueles que chegam e prosperam.
Ter que se provar, mostrar do que é capaz, se expressar, se fazer entender, buscar a qualificação técnica que o mercado exige, navegar por questões culturais, pagar as contas, lidar com seus próprios bloqueios, ufa! São muitos desafios e eles estão aí, para todos, mas já que eles existem e continuarão existindo (fato!), é justamente aí que podem estar as grandes oportunidades profissionais.
Eu sempre fui fascinada por desenvolvimento humano, venho trabalhando com isso desde o Brasil e adoro conhecer as histórias por tras de pessoas tidas como “de sucesso” e aquelas que “fracassaram” e pessoas bem-sucedidas normalmente, se empoderaram das suas forças e aprenderam a usar os seus diferenciais na carreira e nos negócios. Elas tendem a ser mais confiantes, resilientes e criativas para lidar com as situações e desafios.
Muitas vezes, dar continuidade à vida profissional nos Estados Unidos, empreendendo ou trabalhando para uma organização, acaba sendo tão desafiador que algumas pessoas se acostumam com a informalidade e outras com a falta de reconhecimento ou com um trabalho que até paga as contas, mas que não traz nenhum senso de satisfação ou realização pessoal.
E na maioria dos casos, o que eu percebo que falta é sair de uma posição passiva de conformismo e aceitação e assumir uma postura mais ativa, mais estratégica, focada em alta performance.
Trabalho é liberdade!
Eu acredito nisso. Trabalho para mim é um lugar de expressão. É onde eu emprego os meus talentos e ajudo a outras pessoas. É retorno financeiro e um lugar de satisfação, aprendizado e evolução pessoal e profissional.
Eu não sei o que levou você decidir por sair do Brasil, mas uma coisa eu sei, você não deixa a sua terra, sua família e os amigos para passar os dias fazendo algo que não gosta, ou que não te dá resultado.
O começo da minha jornada profissional por aqui foi bastante desafiador. Foram muitas barreiras, ouvi não muitas vezes. No Brasil gerenciava projetos, liderava pessoas e aqui, iniciei com um salário bem baixinho e uma atividade desconectada do que eu gosto de fazer.
Esse início foi tão sofrido, eu chorava quase todos os dias até que acabei me conformando de que nunca mais conseguiria me sentir realizada profissionalmente.
Eu não me sentia livre. Ao contrário, estava bem longe disso.
Mas quer saber? Hoje eu tenho muito mais clareza do que rolou naquela época.
Eu deixei todo esse processo ser guiado por condições externas a mim.
Não parei um segundo para entender o que eu queria de fato e para agir de forma estratégica. Achava que era só arrumar o currículo e conseguir um trabalho que tudo ficaria bem. Mas não era só isso, eu continuava infeliz.
E quando resolvi empreender, não foi diferente. Criei um negócio que não me trazia satisfação e vejo quase todos os dias, pessoas seguindo o mesmo caminho.
Mas um dia eu me dei conta de que as respostas que eu buscava não estavam do lado de fora. Eu precisava assumir as rédeas, ser protagonista da minha carreira aqui nos Estados Unidos e parar de tolerar o intolerável.
Uma vez eu ouvi a seguinte frase: “ao invés de questionar porque as coisas acontecem para você, se pergunta por que você permite!”
É isso. E trabalho tem um papel muito importante neste processo.
Se eu pudesse voltar no tempo, diria a mim mesma: liberte-se dos seus bloqueios internos e se permita viver a vida que talvez você sempre sonhou e nunca se permitiu.
Se empodere do seu sotaque!
‘Accent Means Bravery!’ Não ter o inglês perfeito é algo que faz com que muitos brasileiros deixem de aplicar para vagas, de se posicionar em uma reunião ou até de levar o seu negócio para um próximo nível.
Apesar de ter ido fazer um curso de especialização em HR Management assim que cheguei e de aplicar para vagas de emprego desde o início, eu tinha muita vergonha de errar e me sentia muito incomodada em não ter a fluência para expressar as ideias como eu gostaria.
Mas cada um de nós que se mudou para cá tem algo em comum: CORAGEM.
Sim, requer muita coragem para deixar a sua terra de origem e recomeçar a vida em um outro país. É preciso ter algum apetite ao risco e aprender a lidar com o desconforto.
E aos poucos, eu fui percebendo que essa é uma terra de diversidade e que justamente essa composição tão diversa que eu trazia (incluindo o sotaque), era o que dava aquele temperinho secreto e especial para as minhas ideias e projetos.
Quando eu virei essa chave dentro de mim e deixei de me preocupar tanto com o julgamento dos outros, parece que tudo ficou mais leve e mais fluído.
A diferença para alguém que está se lamentando por não ter o inglês perfeito e alguém que está criando o seu espaço e trabalhando com algo que ama, é que elas se arriscaram, se prepararam e não desistiram. Bora?!!!
Eu aprendi a gostar do meu sotaque porque traz toda a minha diversidade; a diminuir o julgamento e a cobrança e a compreender que tudo isso faz de mim quem eu sou e que ainda assim, ou também por isso, sou capaz de gerar muito resultado.
Leia também: O QUE É DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL E POR QUE É TÃO IMPORTANTE?
Quem quer, sempre encontra uma desculpa. Assuma o protagonismo da sua carreira!
Desculpas, muitas vezes convincentes, não irão faltar para quem tem por padrão de mindset encontrar motivos para não fazer o que precisa ser feito.
Detalhe! Fazer o que precisa ser feito muitas vezes não significa fazer mais. Pode ser inclusive, fazer menos. Assumir menos coisas, parar de se autossabotar, focar naquilo que realmente trará os resultados que você busca.
É a falta de apoio, o fato de ser imigrante, o idioma, o curso que leva tempo, tudo isso é realidade para o imigrante que deseja ter uma carreira bem-sucedida nos Estados Unidos, mas ao invés de focar nisso e paralisar, eu prefiro pensar no alto custo de permanecer no mesmo lugar, sem mudar nada e perder a oportunidade de me realizar profissionalmente.
Assumir o protagonismo da sua carreira não é fingir que tudo está perfeito. É compreender que há coisas que você não controla, mas do que está no seu controle, você será incansável ao se mover em direção aos seus objetivos.
– Se você não tem clareza do que quer para a sua vida e a sua carreira, vai buscar o autoconhecimento.
– Se você não tem segurança no inglês, busque se aperfeiçoar. Existem vídeos, aulas gratuitas, blogs, escolha a ferramenta que faz mais sentido para você.
– Se você não tem experiência na área que escolheu atuar, vai buscar experiência.
Só a ação gera transformação.
Só que a ação desgovernada gera gasto de energia e a ação focada, gera resultado.
Assuma a liderança!
É preciso muita desconstrução para uma carreira de sucesso nos EUA
Esse caminho de realização profissional nos Estados Unidos é uma jornada real e intensa de desconstrução para construir uma nova versão mais alinhada com a vida que você deseja viver.
Para algumas pessoas, esse caminho está no empreendedorismo.
Para outras, em dar continuidade ao trabalho que já fazia no Brasil.
E há quem se reinvente e se encontre em uma área completamente diferente.
Independente de qual seja o seu caso, se empoderar da sua essência fará toda diferença na sua jornada de realização profissional. Portanto, procure clareza das suas habilidades, competências e diferenciais. Reflita o quanto isso pode ser interessante para a área que você escolheu atuar.
Conecte-se com outros profissionais. Isso vale não só para compreender mais sobre a cultura de uma organização, como também para entender se aquela área / empresa é o que você está pensando. Sem contar que um bom networking te ajuda a identificar oportunidades de trabalho e projetos que você possa se envolver.
Cuide do seu desenvolvimento. Você é a pessoa por trás da sua carreira. Você é a pessoa por trás do seu negócio.
E por fim, mantenha vivo o motivo pelo qual você decidiu sair do Brasil, isso pode ser aquele impulso para que você se empodere da sua força e vá em busca de transformar o seu potencial em performance, de forma leve e integrada com a sua essência.
Com carinho, Lú.
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