Babá: Ter ou não Ter? Competição vs Cooperação… a Minha Experiência!

de Rafaella Lopes

Olá!! Aqui vai um relato da minha experiência, sobre ter ou não uma babá e a forma de encarar a ajuda… competição vs cooperação.


Após as duas primeiras semanas de furacão, os dias e meses que seguiram passaram voando e eu curti muito cada segundo com o Fabio. Minha mãe esteve comigo durante todo esse tempo, e confesso que também aproveitei para curtir a cia dela também.

Mas, agora faltavam mais 2 meses e meio para eu voltar a trabalhar e eu já precisava pensar em o que eu faria com o Fabio. Nunca cogitei deixar de trabalhar ou não retornar, pois além de gostar muito de trabalhar, eu precisava mais do que nunca do meu bom salario.

Nunca foi minha opção inicial colocá-lo tão pequeno em uma escolinha e minha mãe havia se oferecido para ficar com ele, porém, ela já tinha 64 anos quando o Fabio nasceu e por isso eu não poderia deixá-la cuidando sozinha de um bebê.

Havia também toda questão relacionada a roupa, comida, limpeza do quarto e tudo o mais…. eu tinha uma empregada que estava comigo há muitos anos, mas também já era uma senhora prestes a se aposentar, cujo aumento do volume de trabalho para cuidar da casa e das coisas do bebê, iam na contra mão do que ela pretendia para sua vida no curto prazo.

Então, mais uma vez, ao discutir as opções com o meu marido e minha mãe, optamos por contratar uma babá que ficaria com os cuidados das coisas do bebê e ajudaria minha mãe a olhar o Fabio.

Assim, iniciava mais um novo dilema: será que a babá seria mesmo a melhor opção? Como será a convivência com uma estranha em casa? Ela vai cuidar direito do meu filho? Posso confiar a coisa mais importante da minha vida a uma pessoa estranha?

E se o meu filho começar a chamar ela de mãe? Essas são algumas das milhares de perguntas que vieram a minha cabeça, mas como minha mãe estaria junto, eu fiquei bem mais tranquila e ainda convicta de que aquela seria a melhor opção para todos nós.

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Por sorte, o motorista da minha irmã que estava com ela há muitos anos, conhecia uma moça que havia acabado de chegar de Salvador e queria trabalhar como babá. Marquei com ela uma entrevista, junto com o meu marido e minha mãe. Todos deveriam fazer parte da decisão.

Todos gostamos muito dela, ela era educada, pro ativa, com boas noções de higiene, carinhosa, discreta (nem ouviamos ela pela casa), enfim, uma ótima opção para começarmos.

Outra coisa que gostei é que ela era bem jovem (23 anos). Ao contrário de outras mães (e de novo, sem julgamento, somente uma perspectiva diferente) eu gosto do fato de ter uma babá jovem pois além de elas parecerem ser mais abertas a aprender como fazer do seu jeito, elas tem bastante disposição para acordar de madrugada, correr, jogar bola, segurar no colo, etc.

Ela começou 2 meses antes de eu voltar a trabalhar, ensinamos (minha mãe e eu), tudo o que gostariamos que ela aprendesse, mas a saga de como seria essa dinâmica com babá estava somente começando. Enquanto eu estive em casa com ela, eu queria fazer tudo e mandava ela só observar.

Eu tive muita dificuldade de deixar ela assumir os cuidados do Fabio, eu realmente não confiava. Meu marido disse que eu havia contratado uma dama de companhia e não uma babá. A própria babá ficava incomodada de não poder fazer nada e me pedia a todo o tempo: “pode deixar que eu faço”…. mas como era difícil…..

Veio então o meu primeiro grande desafio e aprendizado neste processo: me forçar a confiar os cuidados do meu filho a alguém. Eu não iria conseguir fazer tudo sozinha e por isso, precisava me forçar a delegar. Pensando muito intensivamente em como eu preferia que fosse essa dinâmica, consegui encontrar um balanço que acredito ser bastante eficaz.

Coloquei na minha mente que eu usaria a babá a meu favor e não contra mim ou como uma ameaça. Desempenhariamos papéis diferentes e dessa forma, responsabilidades e limites ficariam claramente estabelecidos.

A babá deveria fazer o papel que eu não queria, não poderia ou não saberia fazer, tais como: cuidar do Fabio enquanto eu estivesse fora, lavar a roupa dele, passar a roupa, limpar quarto, banheiro, revezar comigo durante as madrugadas, etc. Eu teria então, mais tempo livre para curtir o meu filho, brincar com ele, passear, ninar, enfim, investir mais qualidade no tempo que teriamos juntos.

Nunca utilizei a babá para substituir meu papel de mãe, meu filho nunca se confundiu sobre quem era a mãe dele.

Isso é muito importante esclarecer, pois muitas mães julgam as outras que tem babá como se não quisessem cuidar dos seus filhos e assim terceirizariam suas responsabilidades.

Eu fui veladamente bastante julgada por muitas amigas que se sentiam ameaçadas pelas babás. Mas eu sinceramente, não me deixei afetar por nada disso e até hoje acho que fiz a melhor escolha para mim, meu filho e minha família.

A primeira babá do Fabio ficou conosco quase dois anos e a segunda já está em nossa familia há cinco anos e meio.

Resumo da lição aprendida neste quarto post: ser genuina na escolha do que acredito ser o melhor para minha familia foi fundamental. Não me deixar afetar pela pressão e julgamento alheio, além de usar o sistema escolhido a meu inteiro favor.

Tratar as pessoas que trabalham para mim com profundo respeito, consideração e carinho também fez com que elas transferissem tudo isso para os cuidados ao meu filho.

E você? Qual foi o esquema que melhor funcionou para sua familia? Quais inseguranças, dúvidas ou medos você tinha? Qual a forma que encontrou de melhor conviver com essa escolha?

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Rafaella Lopes

Rafaella Lopes, paulistana, administradora formada pela ESPM, com MBA em programa de Liderança pela BSP e Pós Graduada em Coaching pela Fielding University na California. Casada há 12 anos com o Samuel e mãe do Fabio de 7 anos (o menino mais feliz e amoroso que eu conheço!). Atualmente sou Diretora de Recursos Humanos da Medtronic no Brasil e amo cuidar de gente! Outra grande paixão que tenho é o trabalho voluntário. Faço parte de um grupo chamado Guardiões da Esperança que apoia moradores de rua, crianças carentes, idosos e animais abandonados. O trabalho voluntário me ajudou a ser profundamente grata por todas as bençãos que eu recebo, ressignificou a minha vida e me tornou menos egoista. Adoro pensar que através das ações que fazemos conseguimos devolver esperança para as pessoas mais vulneráveis. Meu propósito é entender mais profundamente os seres humanos, suas motivações e assim, ajudar as pessoas a serem cada dia mais felizes. Quero agradecer imensamente à minha grande amiga Lu, pelo privilégio de poder fazer parte deste grande projeto e ter a oportunidade de contribuir com as mães e mulheres que enfrentam ou enfrentarão essa jornada incrível da maternindade! Espero que meus dilemas e aprendizados possam contribuir com algumas reflexões e que possam trazer para todas vocês um pouco de paz e plenitude em suas vidas.

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